terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O ANO LETIVO DE 2012

Estamos a todo o vapor elaborando e organizando as atividades para (re)começar o ano escolar de 2012. Esse ano a Secretaria Municipal de Educação de Patos vai trabalhar na proposta de "Construindo saberes por uma cultura de paz" e também homenagearemos o rei do baião: Luiz Gonzaga que estaria completando 100 anos esse ano.
A melhoria da qualidade de ensino tem sido a meta da educação patoense, para tanto buscamos profissionais que facilitem este processo e sejam comprometidos com o ato de educar.
desta forma construímos competências e habilidades para tornarmos cada vez mais qualificados com possibilidades de sermos agentes multiplicadores da PAZ.
Partindo deste pressuposto é que a Prefeitura Municipal de Patos, através da Secretaria de Educação vem oportunizar a discussão de experiências educativas no III planejamento temático com o centenário de Luiz Gonzaga.

MENSAGEM DE RETORNO PARA INICIAR 2012

MENINAS: JACK, NEUZINHA, MARINALVA, MARLEIDE E REJANE!!!

Quando as pétalas retornam, cada qual carrega sua cor na alma e todas elas a primavera no sorrir dos lábios.
Bem-vindas, sejam as pétalas que assim florescem no pulsar de seu labor e no florir de suas artes.

Feliz 2012

Paulo de Tarso

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ESCRITA: NO PRINCÍPIO ERA PELE

No princípio era o verbo é o tato. A palavra da pele é a voz da mãe, que toca a boca do bebê. A pele humana é um pergaminho tatuado de mensagens. O bebê toca o colo da mãe e por ai vai deixando a sua escrita, marcas registradas do afeto.


Cartoon de Sergei
Leitura e escrita aproximam os dizeres de mãe e filho. Leitura e escrita afirmam o processo comunicativo iniciado no ventre materno. Toques, mexidas, falas, sons... co-afetados intimamente.


Leitura e escrita como trocas afetivas, linguagem da vida!

A COMPLICADA ARTE DE VER - RUBEM ALVES

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver”.

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”. Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”. Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas – e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam… Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas”.

Por isso – porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver – eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos”…

Fonte: Folha de São Paulo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

POLÍTICAS EDUCACIONAIS E O TRABALHO DOCENTE

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de Dezembro de 1996, traz em vários artigos a mudança na atividade docente. O artigo 13 ao definir as responsabilidades dos docentes traz a exigência do trabalho coletivo em vários momentos, como na elaboração da proposta pedagógica, nos momentos de planejamento e nas atividades articuladas entre escola família e comunidade.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Essa exigência do trabalho coletivo é reforçada no artigo 14 intensificando as atividades dos docentes para além do espaço de sala de aula:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Por fim, o artigo 62 que trata da formação mínima para o exercício da docência, não mais de nível médio e sim formação superior.

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

A legislação sugere novas responsabilidades ao docente dentro da escola; mas, em contrapartida, mantém a remuneração e as condições de trabalho idênticas ao modelo “antigo” e intensifica-se a avaliação de desempenho individual no trabalho (interno e externamente).
Outro ponto trazido pela professora Dalila foi a Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que institui o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, pois, como no Brasil os estados, municípios e União possuem autonomia para deliberar seus sistemas de ensino, tem autonomia também para deliberar sobre as carreiras dos professores. Essa situação dificulta as reivindicações dos docentes quanto classe uma vez que os “brasis” dentro do Brasil são desiguais.
Essa palestra foi muito positiva e serviu de introdução para entender a primeira parte do texto da autora intitulado “Regulação das políticas educacionais na América Latina e suas consequências para os trabalhadores docentes”. Nesse texto a autora discute a nova regulação das políticas públicas para educação, como esse movimento não é exclusivo do Brasil, e, como devemos nos posicionar diante desse quadro que vem paulatinamente sacrificando o nosso exercício profissional. Uma leitura esclarecedora e necessária a todos os profissionais da educação.

Referências
Brasil. Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de Dezembro de 1996, Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
OLIVEIRA, Dalila Andrade. Regulação das políticas educacionais na América Latina e suas consequências para os trabalhadores docentes. Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 92, p. 753-775, Especial – Out. 2005

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MENSAGEM DO PSICOSSOCIAL PARA COMEÇAR O ANO ESCOLAR DE 2012

Começar a recomeçar!!!

É com imensa satisfação que iniciamos mais um ano.

Então, estamos aqui mais uma vez... O início do ano chegou!


E o que falar dessa época tão especial com a volta ao trabalho?

Ansiedade, novo caminho a percorrer, novas crianças para conhecer e claro novas descobertas!


É verdade, esta época é um pouco agitada: férias, horários não cumpridos, sono prolongado, sempre saímos da rotina.


Vivemos a emoção das férias, a chegada do verão, o início mais uma vez.


Façamos um balanço dos ganhos e das perdas que nos acompanharam em 2011 e seja qual for o resultado, é hora de renovar promessa, metas e sonhos.


E antes de começarmos o nosso ano , peçamos a Deus que nos ofereça um ano de paz, saúde e muitas realizações, mas façamos a nossa parte, é claro!


É uma época muito propícia para fazermos uma grande faxina em nossas vidas.


Jogar fora tudo o que não deu certo, tudo que não precisamos mais.


Esvaziar as gavetas e abrir espaço para o novo. Nada de ficar agarrado a lembranças através dos anos. Bons ou ruins os momentos precisam passar, pois novos virão.


Vamos comemorar o trabalho e o estudo, afinal as férias já terminaram, e as dificuldades vividas no ano passado nos servirão como aprendizado de vida.


Que neste ano estejamos unidos, com saúde, em paz e comprometidos com a Educação do nosso município. E que nossas escolas sejam lugares de conquistas, aprendizado, crescimento, felicidade, prazer e principalmente humanidade.


Feliz Ano Escolar de 2012!!!

Equipe Psicossocial

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

PAZ! PRIORIDADE EM 2012!


O que é a PAZ?
O que é a PAZ MUNDIAL?
Muitas vezes, desejamos "Feliz ano novo" e esquecemos de fazer o gesto de um "Abraço de Paz". Gesto para além do simples ato de estender os braços físicos, mas como a extensão dos valores internos do amor que se concretiza na PAZ!
PAZ para Mahatma Gandhi "é a qualidade mais fina da alma, mas ela se desenvolve por meio da prática"
PAZ MUNDIAL para a ONU é uma prioridade.
Na Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, realizada em 25 de abril de 1945, nos EUA, foi redigida a Carta das Nações Unidas. Esta Carta foi assinada por 51 países em 26 de junho, entrando em vigor em 24 de outubro de 1945.
Os objetivos primordiais das Nações Unidas estão definidos no artigo 1.º da referida Carta: a manutenção da paz internacional; a defesa dos direitos humanos; o estabelecimento de relações amistosas entre as nações, com base no princípio de autodeterminação dos povos; a cooperação dos países na solução de problemas internacionais de ordem econômica, social, cultural e humanitária; constituir-se em centro de convergência das ações dos estados na luta pelos objetivos comuns.
A PAZ é uma prioridade que brota da alma e tudo o que vem da alma brota do AMOR - respeito às diferenças, solidariedade, perdão, diálogo, comprometimento, persistência no bem comum, esperança, fé, alegria... e a PAZ expressa a grandeza de nosso coração humano em busca constante da "harmonia-equilíbrio" interior e exterior, em meio às ameaças e desafios do mundo em que vivemos.
É tempo de uma pausa para refletirmos no cotidiano do ano 2012:
precisamos pensar na PAZ, desejar a PAZ e fazer algo em favor da PAZ!
O coração do mundo clama por vida saudável e pela superação dos conflitos mundiais, da pobreza, da discriminação, da depreciação do ser humano, da injustiça, da violência, do terrorismo, da proliferação das armas, das guerras civis, do medo e de tudo o que ameaça a VIDA!
Assim, podemos pensar na PAZ como a qualidade do viver diante de situações conflitivas, em busca e na ação de harmonização e humanização da VIDA!
Juntos e juntas podemos revelar que a PAZ é a expressão da "alma".

MILHO DE PIPOCA

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente… As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, um filho, o pai, a mãe, o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação, também. Imagino que a pobre pipoca, dentro da panela fechada, cada vez mais quente, pense que chegou a sua hora: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo do que é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: bum! E ela aparece como outra coisa completamente diferente, algo que nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.

A presunção e o medo são a casca dura do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria a ninguém.

Por: Rubem Alves, Ed. Papirus