sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Planejamento pedagógico e avaliação da aprendizagem: um par mais do que perfeito em Educação

“Só aprende aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações existenciais concretas”. (Paulo Freire)

A ação do homem no mundo acontece de duas formas:

a) de modo espontâneo, aleatório, sem grandes demarcações de tempo, espaço, condição;

b) de modo pensado, antecipado, planejado. Neste âmbito o atendimento a uma determinada necessidade é o eixo motivador de sua articulação de pensamento: a meta, o objetivo, o que se pretende alcançar com uma ação é a forma pela qual o homem se instrumentaliza para efetivar seu desejo.

Esta interferência do homem no mundo produz efeitos positivos e negativos. Positivos na medida em que colaboram para o desencadear de outras ações planejadas, que visem, por exemplo, o bem comum – coleta seletiva de lixo.

Negativos na medida em que acarretam prejuízos, por exemplo, ao meio ambiente: o descarte de lixo sem qualquer preocupação com a sua separação.

Percebe-se desta forma, que toda ação do homem está amarrada de valores, de escolhas, de intencionalidade. Em Educação, não é diferente. É necessário que o professor esteja atento às suas ações, a fim de tratar com apreço cada situação vivida.

Definições rápidas que auxiliam a organização das ideias:

Planejar = definir antecipadamente um conjunto de ações, de intenções.

Avaliar = conhecer o valor de, compreender, apreciar, considerar.

Planejar em Educação tem sido atrelado apenas ao movimento de organização de conteúdos e metodologias para se garantir a eficácia do processo de aprendizagem. Sim, esta é uma fração que faz parte da antecipação de ações pedagógicas, mas como podemos verificar abaixo, ainda restam outras frações para oferecer a totalidade no sentido da palavra planejar:

a) aspecto técnico: este relatado acima. De nível organizacional, de ordem das ideias, dos meios para a obtenção de resultados. Qual a melhor forma de planejar? Que periodicidade é necessária para a retomada de resultados, bem como nova organização de propostas pedagógicas? Que recursos podem facilitar o processo de aprendizagem na especificidade de cada conteúdo? Etc.

b) aspecto político social: comprometimento com finalidades sociais e políticas da Educação – Para que educar? Como educar? Que homem formar? Que habilidades priorizar? E outras questões desta natureza. Investimento intelectual que se conseguirá visualizar “o resultado” a médio e longo prazos.

c) aspecto científico: não se pode planejar sem o conhecimento da realidade em que se está inserido. Quem é meu aluno? Onde vive? O que conhece? A que perfil de família pertence? Entre outras.

Avaliar é uma tarefa de articulação. A avaliação deve estar em consonância com os objetivos elencados no planejamento pedagógico. Não é possível compreender o ato de avaliar como um momento de início e fim num curto período, nem mesmo descolá-lo dos temas oferecidos ao aluno. A proposta que parece óbvia (planejamento – avaliação) não é bem aceita por professores mais tradicionais, cuja prática trata-se de verificações sem sentido para o aluno, rigorosas em critérios e complexidade e ainda utilizada como controle de comportamento.

Deixo o convite à reflexão: como possibilitar a articulação efetiva de planejamento-avaliação no cotidiano escolar?

Para saber mais:

http://www.priberam.pt/dlpo/

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2008.

ANÁLISE DO FILME ( Documentário ): Uma Verdade Inconveniente


Este filme é um documentário incontestável sobre uma das maiores crises desses últimos tempos. Pois, ele é uma alerta para todos nós.Independentemente da classe social, étnia, opção sexual, convicções religiosas, culturais, valores e etc. Ademais, trata-se de uma exortação para os “civilizados” se sensibilizem das questões que determinarão o futuro ou não da humanidade.
Uma Verdade Inconveniente, aborda temas polêmicos, que faz parte do cotidiano de todos seres humanos, e que é imprescindível, não apenas para o enriquecimento intelectual, mais sobre tudo para nortear e mobilizar a todos ,no que diz respeito a criação de meios, para diminuição do aquecimento global.
Os temas mais enfatizados na película, são:
  1. Aquecimento global;
  2. Política governamental;
  3. Efeito Estufa atmosférico;
  4. Ecologia humana;
  5. Política ambiental;
  6. Proteção ambiental, dentre outros.
No aspecto pedagógico , poderá ser trabalhado no sentido interdisciplinar, pois, está permeado de diversas leituras:

  • Leitura de conteúdos;
  • Leitura dos elementos sonoros;
  • Leitura dos elementos visuais;
  • E leitura externa.
O autor, Al Gore tenta através da película, sensibilizar o mundo, citando em primeiro lugar, um testemunho pessoal – o acidente de seu filho.Sendo assim, relata a importância das escolhas de prioridades, fazendo assim, uma analogia: Prioridade ( família ) e a crise do aquecimento global ( questão de sobrevivência ),neste filme- documentário, encontramos vários argumentos que são apresentados pelo o mesmo autor, para despertar a sociedade que “ o tempo não pára” e a destruição que o meio ambiente tem sido afetado de forma gritante, a necessidade de uma resposta urgente tornou-se mais aguda.
Há alguns fatos, que são apresentados para legitimar a ideia central, do autor supra citado;

  • Dados históricos
  • Elementos visuais ( fotografias dos derretimentos das geleiras, dos furacões, das inundações, extinção de algumas espécies de animais, da excassez da água potável e etc ).
  • Dados científicos ( registros do aumento gradual da temperatura terrestre.Segundo os cientistas um dos fatores que tem contribuido é o uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível indústrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao efeito estufa, tais como: o dióxido de carbono, o metano, o óxido de azoto e os CFCs.
Há décadas que se sabe da capacidade que o dióxido de carbono tem para reter a radiação infravermelho do sol na atmosfera, estabilizando assim temperatura da terrestre por meio do efeito estufa, mas, ao que parece, isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enorme quantidade deste e de outros gases efeito estufa.
O Brasil, paulatinamente tem feito a sua parte com projetos como o etanol, biodiesel, a diminuição do desmatamento, mas, a atmosfera é aberta, é preciso que todos os países façam a sua parte.
Apesar de ser identificado as causas e consequências do aquecimento global, muitos não se sensibilizam e a verdade evidente torna-se inconveniente. Entretanto, há uma outra verdade que nunca os seres humanos deveriam menosprezar: “ O que adiantaria as riquezas, todos os bens possíveis, se não existisse mais planeta? Onde viveremos? Mas, o mundo Capitalismo tem impregnado em muitos países a busca desregrada pela riqueza, sem ponderar, por vezes, as consequências que estarão trazendo para a nossa grande casa ( o Planeta ).
Segundo o autor acima citado, ainda há esperança para o nosso planeta. Contudo, é necessário a conscientização para prática de coisas simples da vida, como por exemplo: Evitar pavimentar todo o terreno de nossa residência ( se morar em casa ), plantar mais árvores, reduzir a quilometragem rodada, caminhar mais, andar de bicicleta, fazer rodízio de carros ou usar o transporte público sempre que possível.
Aprenda mais sobre as mudanças climáticas, informe os outros; Incentive sua escola ou sua empresa a reduzir as emissões; Participe da política, pois, a mudança climática é uma questão global; Apóie um grupo ambientalista.

ANÁLISE DO FILME “A ESCOLA DA VIDA"


Na película (filme),fica evidente que o professor de História atende com a realidade curricular,pois, ele procura estimular os alunos levando-os a desenvolverem em todo o momento o protagonismo.Há uma dinâmica interessante em que todos os educandos são desafiados a se tornarem seus próprios mestres.Assim sendo, o professor sai do pedestral do “detentor da verdade”,trabalhando o conhecimento prévio dos alunos e provocando-os a interagir constantemente.
Neste contexto o educador tem liberdade de incultir nos educandos valores intagíveis,tais como: Respeitar as diferenças, primar a tolerância e a transformação contínua em melhores-flhos e filhas em sintese ,cidadãos melhores.
Em relação as estruturas das múltiplas relações: Família x escola,professor x aluno, aluno x aluno e professor x professor,percebe-se em primeiro lugar: Uma total ausência dos pais na educação dos filhos, e o filme também denuncia a falta de participação e presença dos pais nas unidades educacionais.Em segundo lugar,a relação professor x aluno era em linha geral,um tanto conflitante.pois, é possível verificar a insatisfação, na ausência de empatia e nas atitudes de ambos ( educadores e educandos ).A falta de respeito e o autoritarismo imperava nessa relação.
Com relação aos alunos,havia um convívio tolerável no contexto geral.Pois, a violência, o egocentrismo não fazia parte desta realidade.A relação professor x professor, no primeiro momento do filme fica explícito na fala da professora de Gramática uma atitude preconceituosa com relação a professora de Artes,quando disse:”...Que os alunos eram amáveis para com ela, porque também ensinava Artes”.O docente de Ciências entendia que o professor de História queria mesmo era ser o “Holofote”.Assim sendo, em suma a relação inter-pessoal era muito difícil, e necessitava de uma reflexão que levassem todos a repensar e analisar seus valores.Algo,que aconteceu no segundo momento do filme,após a descoberta do caráter e da doença do mestre de História.
As diciplinas que foram oferecidas pela unidade educacional do filme,tais como:Gramática,Ciências,Matemática,Educação Fisica e História evidencia uma educação tradicionalista,em que os alunos não eram estimulados a se tornarem seres criticos,cabeças pensantes, e sim em reprodutores de conhecimnto ( informação ).Assim, aquela estrutura corrícular atendia a necessidade da escola.
Os métodos utilizados para apresentação dos conteúdos foram diversos: Aulas expositivas,dramatizações,debates,oficinas pedagógicas,aulas extra-classe.
Em linha geral, a estrutura e o funcionamento da escola que a película apresenta, é bem diferente da realidade brasileira. A estrutura física era bastante confortável,o tamanho das salas, a quantidades de alunos por sala, o espaço para o entretenimento dentre outras acomodações.Com uma ressalva,a falta de uma rampa de acesso para pessoas com dificuldades de locomoção.

O ACOMPANHAMENTO NA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS


A função do professor do AEE consiste em propor atividades que permitam eliminar barreiras na aprendizagem e otimizar a aprendizagem dos alunos e sua inclusão no ensino regular. Essa ação, certamente, terá uma repercussão positiva no desempenho do aluno na sala de aula comum.

O acompanhamento do AEE se organiza a partir de um plano de atendimento educacional especializado que o professor deve elaborar com base nas informações obtidas sobre o aluno e a problemática vivenciada por ele através do estudo de caso. De posse de todas as informações sobre o aluno, bem como dos recursos disponíveis na sala de aula, na escola, na família e na comunidade, o professor do AEE elabora seu plano.

Para elaborar o plano, o professor mobiliza os diferentes recursos disponíveis (escola, comunidade etc) e faz uma articulação com o professor do ensino comum. O professor do AEE prevê um determinado período para o desenvolvimento do seu plano, ao término do qual ele fará uma avaliação no sentido de redimensionar suas ações em relação ao acompanhamento do aluno. O acompanhamento é, essencialmente, o desenvolvimento e a avaliação do plano de AEE.

O acompanhamento visa, também, à superação de atitudes de dependência que comumente o aluno com deficiência intelectual apresenta em situações em que ele é desafiado a resolver uma determinada situação problema. Desse modo, é importante que o professor do AEE proponha atividades que promovam a vinculação do aluno com o êxito, bem como organize situações de aprendizagem a partir dos interesses manifestados pelo aluno e escolhas diante das possibilidades existentes. Essa proposta é possível na medida em que ocorra a promoção de situações diversificadas que permitam ao aluno se expressar livremente na sala de recursos multifuncionais e na sala de aula. A oferta dessas diferentes opções de atividades tem influência no desenvolvimento da autonomia e na independência do aluno frente às diferentes situações de aprendizagem.

O acompanhamento na sala de recursos multifuncionais visa, também, à organização da expressão verbal. Desse modo, é importante que o professor organize situações que permitam ao aluno estabelecer diferenças entre as características da língua oral e escrita. O professor do AEE deve proporcionar ao aluno o contato com as mais variadas formas de comunicação, porque esse contato possibilita o entendimento e a ampliação do seu vocabulário. Ele deve organizar situações em que o aluno seja provocado a se expressar oralmente através de descrições de imagens, fotos, recontos orais e relatos de experiências. A capacidade de estabelecer relações entre ações vivenciadas se constitui uma fragilidade do aluno com deficiência intelectual. A oralidade pode possibilitar o desenvolvimento dessa capacidade, permitindo-lhe transitar pelo mundo da representação, porque a palavra substitui o mundo físico dos objetos, ela permite ao sujeito planejar e organizar o pensamento, contribuindo para a compreensão da palavra oral e para a interpretação de significados. A ampliação do vocabulário possibilita o seu uso de modo compreensivo.

A imitação e o jogo simbólico favorecem o desenvolvimento das estruturas intelectuais em alunos com deficiência intelectual (FIGUEIREDO & POULIN, 2008,).

O professor do AEE pode propor a realização de jogos que demandem desafios que implicam o uso de estratégias cognitivas quando contextualizadas nas experiências e conhecimentos prévios do aluno em situações de resolução de problema.

Na sala de recursos multifuncionais, o professor do AEE deve realizar ações específicas pelas quais os alunos possam distinguir o que é essencial do que é secundário no processo de compreensão de uma história ou de outras situações.

Por exemplo, diante de uma situação problema vivida por um personagem de uma história em quadrinho solicitar que o aluno identifique as causas e conseqüências da situação vivida pelo personagem dentro da lógica do aluno.

O professor pode planejar diferentes situações que possibilitem a livre expressão do aluno na dramatização, na pintura, no desenho, na modelagem, na dança, na música, na escrita, no jogo pedagógico e em outras.

Quaisquer que sejam as possibilidades de expressão utilizadas pelo aluno, o professor deve aceitar a pauta produzida, valorizando-a.

O professor do AEE seleciona situações problemas, nas quais o aluno possa agir inteligentemente de acordo com a sua lógica considerando os fins a que se propõe e os meios que utilizou para atingi-la. Esse tipo de procedimento implica a utilização de estratégia cognitiva que permite melhorar seu funcionamento cognitivo coordenando meios e fins para realizar a atividade.

Geralmente a pessoa que apresenta deficiência intelectual não utiliza de maneira espontânea as estratégias cognitivas que permitam antecipar suas ações. O professor tentará, então, fazer com que o aluno reconstitua essas ações no plano do pensamento e organizá-las em função do fim que ele pretende alcançar. Por exemplo, se ele quer construir uma maquete, deverá reunir os elementos necessários para essa construção. Qualquer situação concreta real e de interesse do aluno pode ajudar na capacidade de antecipação.

Em atividade de agrupamentos de imagens e de objetos, o aluno deve estabelecer livremente os critérios desse agrupamento e explicitá-los dentro da sua lógica de significação.

As possibilidades de atividades dessa natureza são muitas. O que importa, entretanto, é que ao longo dessas atividades o professor esteja presente no desenvolvimento delas, que ele encoraje o aluno e o apóie no planejamento de seus procedimentos, questionando sobre as razões de suas ações. O aluno poderá transferir esses conhecimentos nas atividades de sua rotina.

Todo o acompanhamento e as atividades aqui propostas almejam desencadear o conflito cognitivo.

Mas este só se efetivará mediante o reconhecimento do conflito pelo aluno. Quando, por exemplo, ele se auto-questiona, ou seja, duvida e entra em contradição com o que faz, diz, explica.

O conflito cognitivo pode emergir da discordância do aluno diante do resultado antecipado de uma ação e daquele por ele observado.

Ele pode, também, resultar de uma oposição entre pontos de vista de colegas em uma situação de resolução de problemas.

Os exemplos que acabaram de ser apresentados são ilustrações de intervenções que podem contribuir para o desenvolvimento da inteligência do aluno.

É importante não negligenciar os alunos que apresentam deficiência intelectual no início da escolarização bem como na educação infantil.

As dificuldades de evocação e de representação das crianças que apresentam deficiência intelectual e a sua limitada representação do mundo, ou seja, de interiorização da realidade pode ter uma influência negativa sobre a capacidade de significação dessas crianças, isto é, sobre a capacidade de dar sentido às atividades de natureza intelectual que lhes são propostas e, consequentemente, de mobilizar eficientemente seus esquemas cognitivos
ou linguísticos.

A atividade apresentada a seguir é fundamentada na interiorização da ação e é destinada a favorecer o desenvolvimento das estruturas intelectuais em crianças que apresentam deficiência intelectual.

A imitação e o jogo têm um papel muito importante na diferenciação entre significantes e significados e, consequentemente, na interiorização da ação. Situações vivenciadas pela criança durante o dia podem ser utilizadas para que ela reconstitua no pensamento aquilo que viveu. Essa reconstrução é importante para que ela se organize no espaço e no tempo e coordene as ações vividas em nível mental.

É importante ressaltar que as ações do acompanhamento expressam o plano de atendimento educacional especializado, o qual é elaborado de acordo com a necessidade específica de cada aluno.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM



Há diferenças entre a avaliação da aprendizagem acadêmica feita em escolas inclusivas e a que é feita em escolas não-inclusivas? Sim, e elas são estruturais (não-conjunturais).
Em linhas gerais, a avaliação realizada em escolas tradicionais constitui uma etapa estanque, posterior às etapas de ensino e de aprendizagem, culminando com a etapa de classificação dos alunos. Na etapa de ensino, os professores colocam-se à frente dos alunos e expõem a matéria, falando a maior parte do tempo e, às vezes, escrevem na lousa; e os alunos ficam ouvindo, concentrados, enquanto anotam em seus cadernos toda a matéria exposta. Na etapa da aprendizagem, os alunos fazem os exercícios em classe, mostram as lições feitas em casa e participam do desenvolvimento de projetos etc. Na etapa da avaliação, ao final de cada aula e de cada bimestre, os professores submetem os alunos a provas, exames e testes para avaliar o quanto os alunos aprenderam ou deixaram de aprender.
Na escola tradicional, as avaliações são pontuais (realizadas em determinadas datas), investigativas (pretende-se descobrir quem aprendeu e quem não aprendeu), dependentes de exames (única fonte para atribuição de notas), classificatórias (colocam-se os alunos em ordem decrescente de notas obtidas) e excludentes (os alunos aprovados são promovidos, mas os alunos reprovados são retidos ou excluídos da escola).
Nas escolas inclusivas, a avaliação do desempenho escolar tem características inversas àquelas das escolas tradicionais. As avaliações são contínuas (simultaneamente ao processo de aprendizagem e de ensino), baseadas em inúmeras fontes (para obtenção de informações sobre o desempenho dos alunos), realimentativas (fornecem pistas para corrigir estratégias de ensino e de aprendizagem), ipsativas (comparam resultados de cada aluno com os dele mesmo) e includentes (objetivam manter incluídos todos os alunos na sua turma até o término da escolarização).
As diferenças entre as práticas de avaliação são estruturais: refletem mudanças fundamentais no papel da escola tradicional em consequência do novo paradigma da educação: a inclusão.


Na escola tradicional, o seu papel continua sendo o de transmitir conhecimentos a pessoas que supostamente não os têm; essa “escola foi estruturada para criar um produto padrão”: todos os alunos recebem e devem dominar o mesmo currículo, na mesma proporção, através das mesmas metodologias de ensino (Richard Villa & Jacqueline Thousand, in Susan Stainback & William Stainbak. Inclusão: Um Guia para Educadores, Porto Alegre; Artmed, 1999, p.218). E, para isso, elas acionam todo um aparato de controle sobre o desempenho escolar e o comportamento dos alunos. Por esta razão, as escolas tradicionais têm na avaliação o instrumento indicador dos índices de aprendizagem alcançados pelos alunos.
Contrariamente, parafraseando Anne Bauer & Thomas Shea, em How to Teach All Learners (Baltimore: Brookes, 1999) o papel da escola inclusiva é o de ajudar os alunos a se envolverem ativamente na sua educação, descobrindo e utilizando seus estilos de aprendizagem e múltiplas inteligências, a fim de aprender, com sucesso, a adquirir e produzir conhecimentos, lidar com informações e com pessoas, resolver problemas etc.; cabendo aos professores e demais profissionais, na condição de facilitadores da aprendizagem dos alunos, compartilhar com eles o seu poder e as suas responsabilidades de tomada de decisão e criar um clima de respeito mútuo diante da diversidade humana e das diferenças individuais.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PSICOSSOCIAL PARTICIPA DE UM DIA DE PARQUE NA FESTA DA PADROEIRA N.Sa. DA GUIA

Será que nossas colegas Marleide e Marinalva vão mesmo entrar no samba? Olha, depois de tanta animação realmente não podemos arriscar. O que podemos dizer é que foi contagiante o nosso envolvimento com os alunos. A equipe está mesmo de parabéns!




Foi um momento de muita alegria e não podia ficar sem registo. Na tarde de 21 de setembro a Secretaria Municipal de Educação levou para os parques da tradicional festa da padroeira de N. Sa. da Guia os alunos da rede municipal para uma tarde de lazer e tudo foi só diversão.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

DÊ A VOLTA POR CIMA DAS ROTINAS DA MENTE

::Osho::



Sentindo-se triste? Dance ou vá tomar uma ducha e veja a tristeza desaparecer de seu corpo. Sinta como a água que bate em você leva junto a tristeza, da mesma forma que leva embora o suor e a poeira de seu corpo.

Coloque sua mente em uma situação tal que ela não seja capaz de funcionar de maneira habitual. Qualquer coisa serve. Afinal, todas as técnicas que foram desenvolvidas ao longo dos séculos não passam de tentativas para distrair a mente e demovê-la dos velhos padrões.

Por exemplo, se você estiver se sentindo irritado, inspire e expire profundamente durante apenas dois minutos e veja o que acontece com a sua raiva.

Ao respirar profundamente, você terá confundido sua mente, pois ela não é capaz de correlacionar as duas coisas. "Desde quando", a mente começa a se perguntar, "alguém respira profundamente quando está com raiva? O que está acontecendo?"

A dica é nunca se repetir. Caso contrário, se toda vez que se sentir triste você for para o chuveiro, a mente transformará isso num hábito. Após a terceira ou quarta vez, ela aprenderá: "Isso é algo permitido. Você está triste, então é por isso que está tomando uma ducha." Nesse caso, a ducha irá apenas transformar-se em parte de sua tristeza. Seja inovador, seja criativo. Continue confundindo a mente.

Seu companheiro diz algo e você se sente irritado. Em vez de bater nele ou jogar alguma coisa em sua direção, mude o padrão do pensamento: dê-lhe um abraço e um beijo. Confunda-o também! De repente, você perceberá que a mente é um mecanismo e que ela se sente perdida com o que é novo.

Abra a janela e deixe novos ventos entrarem.

Osho, em "Uma Farmácia Para a Alma"
Texto Retirado de www.palavrasdeosho.com

AUTOCONFIANÇA

::Rosemeire Zago::



O quanto você confia em si mesmo? Quantas situações, trabalhos, pessoas, você não deixou passar simplesmente por não confiar mais em si? Autoconfiança é importante para todas as pessoas, em todas as áreas da vida, é uma questão de sobrevivência. A premissa básica é que ninguém consegue transmitir confiança se não confia em si mesmo, seja na relação afetiva, pessoal, profissional.

Por exemplo, como uma pessoa pode vender um produto se não confiar em si mesma? Acredito que o diferencial é acreditar em si mesmo, o que irá se refletir no seu produto e na empresa a qual trabalha, o que irá com certeza ser transmitido ao cliente. Como transmitir confiança na relação afetiva, sem conflitos gerados pela insegurança se não confiar em si mesmo? Enfim, a confiança no outro depende muito da confiança em si.

A insegurança, ou falta de confiança em si mesmo, pode trazer algumas características como medo de amar, da mudança, de cometer erros, da solidão, de assumir compromissos, responsabilidades, entre outros. O inseguro não confia em seu valor pessoal, não acredita em suas habilidades, nem em sua capacidade, o que o impulsiona a se apoiar nos outros. Por não confiar em si, acaba por desenvolver a dependência nos filhos, marido, esposa, amigos, colegas de trabalho, etc. Em vez de se unir pelo amor, se une pela insegurança, o que o faz controlar as atitudes, quando não os sentimentos do outro. Controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo, criando cobranças, conflitos e muitas dificuldades em seu relacionamento. É como se quisesse uma certeza daquilo que não encontra dentro de si.

A falta de autoconfiança pode se manifestar em sentimentos de incapacidade, impotência, e dúvidas paralisantes sobre si mesmo. Quando questionado, abre mão com muita facilidade de suas opiniões, mesmo quando são boas, deixando de expressar muitas vezes idéias valiosas. Nunca possui certeza suficiente e quer sempre se certificar das coisas e controlar as pessoas. É excessivamente cauteloso e vigilante, desconfia de tudo e de todos, como reflexo de falta de confiança em si mesmo.
Quem não confia em si, sente muita dificuldade para enfrentar desafios e, cada fracasso, quando acontece, confirma uma sensação de incompetência, trazendo muito sofrimento. São pessoas indecisas, principalmente sob pressão.

A insegurança pode chegar a tal ponto de fazer com que a pessoa, na ânsia de ser amada, transforme a necessidade natural de amar em uma necessidade patológica, doente, alcançada pela possessividade. Mas quando começa a se formar a autoconfiança? Na infância. Pessoas inseguras podem ter tido uma educação autoritária dada pelos pais, que escolhem pelos filhos desde a roupa que vão usar, amigos, profissão, não permitindo que a criança expresse suas próprias opiniões e desejos. Educar, ensinar, colocar limites, todos sabemos que são fatores importantes na educação, mas limitar o desenvolvimento natural do outro, é torná-lo tão inseguro quanto uma educação superprotetora.

Em razão disso, desde crianças, passam a utilizar uma máscara de bonzinho como meio de ser aceito, reconhecido, aprovado, amado, mas dentro de si carregam uma enorme insatisfação interior que pode explodir numa raiva inesperada contra aqueles com quem convivem. O direito de decidir deve ser estimulado desde a infância. Crianças crescem aprendendo que os outros devem decidir por elas, depois quando se tornam adultos inseguros são cobrados que tenham atitudes, opinião. Como lidar com conceitos tão contraditórios?

Já as pessoas que confiam em si mesmas são decididas, sem serem arrogantes ou defensivas, e se mantêm firmes em suas decisões; apresentam-se de maneira segura, têm presença; são capazes de expressar opiniões e se expor; são eficientes, capazes de enfrentar desafios, dominar novos trabalhos e tomar decisões sensatas mesmo sob pressão. Pessoas auconfiantes exalam carisma e inspiram confiança nos que as rodeiam. A autoconfiança fornece a necessária confiança para assumir principalmente a função de líder.

Mas é preciso ficar atento entre demonstrar que confia em si e realmente confiar. Como também a confiança em excesso pode ser um problema, pois o excesso de autoconfiança pode gerar imprudência e parecer arrogância, que é fruto da ignorância, muitas vezes de si mesmo. Na verdade, pessoas que se mostram muito autoconfiantes, geralmente ocultam um sentimento de inferioridade e insegurança. Muitos buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade, como estratégia emocional para ocultar o sentimento de inferioridade que muitas vezes sentem em seu íntimo.

A autoconfiança é resultado da auto-estima. A autoconfiança é um termo usado para descrever como uma pessoa está segura em suas próprias decisões e ações. Isto pode ser aplicado geralmente às situações ou às tarefas específicas. É ter certeza sobre a capacidade, valores e objetivos. A autoconfiança nunca é herdada; é aprendida. A auto-estima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma. É ter consciência de seus valores e só quando temos essa consciência é que podemos confiar naquilo que somos capazes. Mas para sabermos do que somos capazes é essencial o autoconhecimento.

Os maiores inimigos da autoconfiança são: a cobrança interna e externa exagerada, o perfeccionismo, medo, a crítica, rigidez, comparação, inveja, dúvida e também a necessidade de aprovação e reconhecimento, pois tudo isso dificulta a mudança e o desenvolvimento, seja profissional ou pessoal. O pensamento não consigo fazer é incapacitante. A autoconfiança é um atributo importante porque a falta da opinião nas conseqüências de uma ação cria tensão, que aumenta a probabilidade de fracasso, causando assim uma pessoa depressiva.

Para elevar a autoconfiança é importante ter percepção emocional, que significa reconhecer as próprias emoções. As pessoas com essa percepção sabem que emoções estão sentindo e por que; conseguem relacionar seus sentimentos com o que pensam, fazem e dizem; reconhecem como seus sentimentos afetam seu desempenho e aqueles com quem trabalham e convivem; possuem uma percepção de seus valores e objetivos. É igualmente importante fazer uma auto-avaliação precisa, ou seja, reconhecer os próprios recursos, capacidades e limitações. São pessoas conscientes de seus pontos fracos, capazes de reflexão, aprendendo com sua experiência e com os erros, sem culpas; e mostram mais abertas e flexíveis ao aprendizado, mudanças e autodesenvolvimento.

Por que a autoconfiança está diretamente relacionada com o autoconhecimento? Você confia em quem não conhece? O mesmo princípio se aplica a cada um de nós. Não podemos confiar em nós mesmos sem nos conhecermos. O autoconhecimento é importante para tudo na vida e requer um constante exercício diário de reflexão. Quem não se conhece não se ama, não muda, não se desenvolve, não cresce. Aquele que não conhece a si mesmo dificilmente terá um bom relacionamento com os outros, causando conflitos ao projetar no outro aquilo que está dentro de si, mas nega.

O caminho mais indicado para elevar o autoconhecimento é o diálogo interno. É isso mesmo, conversar consigo mesmo. As pessoas querem falar, serem ouvidas, mas não se ouvem. É preciso aprender a ouvir a própria voz, que ora vem do coração, da alma, ou seja, suas emoções; ora de sua mente, sua razão. Só quando ouvimos razão e emoção conseguimos atingir o equilíbrio.

Para quem deseja elevar seu autoconhecimento é imprescindível a psicoterapia, que em conseqüência irá reconhecer seu valor, suas habilidades, aprendendo a desenvolver a tão importante confiança em si mesmo. E que diferença isso faz!

COMPROMETIMENTO: QUE SIGNIFICA EXATAMENTE ISSO?

::Fernanda Lopes::



Acima de tudo é estar atento aos seus afazeres. É perceber o quanto você se doa para determinada situação.

Se inserir em um projeto de corpo, mente e coração!

É estar pronto para superar as adversidades. E além de enxergar problemas, vislumbrar soluções.

É criar, pensar e trabalhar!

É não abandonar a equipe, é vestir a camisa, é saber perceber o significado de sua presença, e não se sentir mais um na multidão....

Comprometimento é fazer diferença, enquanto tantos continuam fazendo tudo igual!

É brilhar pelo exemplo e não pelas palavras....

É perceber que os outros são afetados pela sua indecisão,

E tantos mais pelo seu poder de decisão!

É mergulhar, ir fundo e não abandonar o barco, mesmo na tempestade

É mostrar que você pode ajudar a segurar o leme, enquanto tantos preferem se afogar e arrastar outros com eles,

É lembrar que você pode salvar vidas, quando acredita em algo em seu coração!

É fazer tudo isso e não esperar pelo reconhecimento das outras pessoas para continuar agindo!

Pergunte-se se você tem estado comprometido naquilo que faz em sua vida.

Se seu coração está presente nos grupos em que está inserido,

Ou se você está apenas "perdendo tempo".

Dê valor ao seu tempo!

Faça valer a pena cada segundo da vida!

Participe ativamente, se expresse, se comunique com as pessoas,

Fale as coisas do seu coração,

Conte a eles sobre suas idéias,

Aquelas que você acreditava poder mudar o mundo,

E que você sufocou por qualquer timidez,

Faça das pequenas coisas, grandiosas!

Observe ao seu redor e pergunte-se se você pode ir mais fundo também em seus relacionamentos com as pessoas mais próximas de você,

Se você é capaz de doar ao invés de apenas estar pronto para receber.

Se você é capaz de ser útil com o que você tem de melhor, sem esperar resultados,

Se você é capaz de sentir orgulho do que tem feito até agora da sua vida,

E do que tem feito pelos outros,

Pergunte-se o que você tem semeado na vida dos outros,

e quais marcas você tem deixado no coração e na mente das pessoas,

Pergunte-se se você semeou medo ao invés de amor,

Se plantou árvores que não frutificam,

E quantas deixou de plantar,

Perceba que o momento de mudança é agora.

Comprometa-se com você!

Comprometa-se com os outros!

Comprometa-se com a vida!

A CRIANÇA INTERIOR E A GRANDE ÁGUIA

::EVALDO RIBEIRO::



Você já se permitiu acreditar nos sonhos, como no tempo de criança, quando a sua criatividade não tinha fronteiras e você voava nas asas da imaginação?
Ou você deixou sua mente no comando automático, a ponto de desconfiar da Magia?
Quem lhe ensinou a ter medo da vida?
Já sei, foram os adultos tristes, não foram?
Então, vamos reativar os sonhos que você deixou para trás e viajar na imaginação, para reencontrar aquele poder criativo?
A sua memória está recriando as cenas passadas no telão da imaginação. Reveja seus familiares cuidando de você; perceba quanto afeto eles lhe oferecem sem cobrança.
Observe, agora, que a sua mãe lhe pega no colo e conta as mais belas histórias.
Como sempre, você adormece no embalo do afeto, e ela beija o seu rosto, aplicando mais uma dose de amor. Levemente, você adormece nos braços dela.
Que mágico é se sentir cuidado, não é mesmo?
Você gira na cama buscando a presença dela, e ela está ali, atenta, protegendo-lhe de qualquer desconforto.
Às vezes, ela demora a dormir. Para que fechar os olhos se, ao seu lado, ela tem uma preciosidade para observar, não é mesmo?
Seus familiares fazem questão de ver o seu crescimento; quando você chora, todo mundo lhe dá um apoio, um afago. Nada se compara ao prazer de ajudar a quem se ama.
Quando chega alguém importante, você é apresentado como o orgulho da casa.
Quando um brinquedo quebra, eles logo trazem outro.
Eles adoram lhe abraçar, e você se sente amado; eles o deixam escolher os presentes na loja, sem pressa. Ainda o carregam no colo, sem achar que você é um peso na vida deles. Passam na escola antes de voltar para casa, depois de um dia árduo de trabalho, para buscá-lo, sem fazer cara feia.
Eles o levam para passear na natureza, brincam de pega-pega com você na chuva, sem olhar para o relógio, pois, quando estamos com quem amamos, o tempo pára.
Agora, uma pergunta: você consegue se concentrar e se ver como aquele mesmo ser realizador, que você acreditava que era no tempo de criança?
Ou a sua mente já está tão povoada de decepções que não há mais espaço sonhar e realizar?
É... Os adultos acreditam que evoluíram, e alguns até conseguiram comprar os carros de luxo que sempre sonharam. Mas não conseguem ser tão felizes o quanto eram, quando brincavam com aquele carro simples de madeira.
O que será que se passa com esses gênios da infelicidade? Onde ficou o contentamento que antes acontecia com um sorvete daqueles comprados no parque?
Ah, esses meninos evoluídos caminharam demais na direção contrária, e perderam-se nas curvas da ilusão. Divorciaram-se da alegria e se casaram com a solidão.
Você também fez isso com você ? Por quê?
Para ser um líder daqueles que não tem paz de espírito nem para dormir?
É... Fico com vontade de lhe pegar no colo, como nos velhos tempos de criança, e mostrar-lhe que a vida ainda é simples e encantadora, e que é você que complica tudo.
Hoje você vê o parque como uma forma de gastar dinheiro e nem toma mais sorvete.Vai engordar,não é?
Brincar na chuva? Não. Isso é perigoso.
Aliás, você vê a vida como um perigo constante, não é mesmo?
Há quanto tempo você não vai à casa daquela mulher que não dormiu noites e noites porque tinha que cuidar de você? Ah, hoje sua mãe deve ficar noites e noites precisando de um colo pra chorar as suas incertezas, saudades e vitórias.
Talvez você esteja dizendo: “Ela não é mais criança, adulto não precisa de colo, tem que ser forte!”
Você sabe que existem muitos que dariam a vida apenas para receber o último abraço de quem se foi sem se despedir? Ah, mas você não tem tempo, não é mesmo?
Corra sim, para ganhar muito. A prosperidade do universo pertence a você. Aliás, você nasceu para ser e viver o MELHOR. Mas, olhe, deixe aquela criança que se contentava com um carro simples de madeira viver esta prosperidade.
Vou lhe fazer uma revelação: você ainda é aquela grande águia que desafiava a imensidão voando nas asas da imaginação. A liberdade é o seu destino e o seu espírito é do mundo. Não fique aprisionado na gaiola dos egoístas, catando as migalhas que eles lhe oferecem.
Você é águia, nasceu para atravessar as fronteiras. Assuma seu lugar ao sol.....ou ao céu..
Cada vez que uma águia erra o seu objetivo, sem remorsos ou sentimentos derrotistas, ela descansa suas asas, para depois voltar a voar e mais alto ainda, porque quem nasceu para viver nas alturas tem que ter a consciência de que é preciso colocar os pés no chão, antes que a cabeça suba além do poder de realização.
Uma águia sabe que cada decisão a levará ao sucesso, ou poderá lhe revelar o tamanho da sua ilusão.
Uma águia se aceita como ave, a grande musa da montanha,a montanha é a sua casa,o topo.
Uma águia não se julga como gorda, magra, alta, baixa, negra, loura, nordestina, japonesa, ou de alguma raça que possa valer mais que as outras.
A essência dela é apenas o que a existência lhe permitiu ser... Águia, o símbolo do PODER.
Uma águia não fica voando e criticando quem não pode fazer o mesmo. Porque, no chão, um elefante derruba uma árvore facilmente, coisa que uma águia não pode fazer...
Talvez você esteja dizendo: “Ah, se eu pudesse voar agora, despreocupadamente, como uma águia.”
Mas só ela sabe o esforço que tem de fazer, silenciosamente, para chegar ao topo do seu próprio limite... Ainda bem que ela não tem o governo para colocar a culpa nele pelos fracassos que a vida apresenta todos os dias. Se bem que a vida não traz fracassos, mas, sim, as atitudes erradas,é que desencadeiam desencontros.
Talvez seja esse o segredo de tanto sucesso nas suas decisões: não ter em quem colocar a culpa.
Quando o dia começa a revelar-se, ela abre as asas, como quem está fazendo um aquecimento em agradecimento à existência, por mais uma chance de sentir a vida acontecer. Alegremente, ela sai decidida a obter os resultados que deseja, mesmo que o dia esteja chuvoso,ela não inventa imprevisto.
Um realizador tem que ter ancorada, na sua essência, essa energia vitoriosa; pode até chorar quando erra uma decisão, porém, entregar-se ao sofrimento, jamais.
Um realizador não descansa enquanto não sente o gosto da vitória.
Um realizador evita comentar o tombo que o vizinho levou; ajuda o vizinho a levantar-se e seguir... Porque sabe que ninguém é feliz ou auto-suficiente em todas as situações. Uma mão amiga nos religa ao PODER, e nos devolve a confiança em nós mesmos depois de um tombo.
O espírito de uma verdadeira águia é sábio, é silencioso e, às vezes, é barulhento quando a hipocrisia tenta falar mais alto.
Um realizador expressa a excelência através de suas atitudes, tem consciência do seu papel na vida: realizar o bem, para si e para os outros. Ele sabe que o seu maior desafio não é enfrentar as pessoas que estão na platéia vaiando a sua atuação, mas, sim, enfrentar o medo do fracasso que está calado covardemente dentro de si mesmo.
Um realizador existe naquela criança que brinca na beira da praia fazendo lindos castelos, só usando criatividade e areia.
É... Aquela criança que vai crescer e, um dia, tornar-se um grande arquiteto e construir castelos de verdade.
Um realizador é uma estrela, que desaparece no céu do Brasil; mas esse sumiço não significa a sua desistência, pois, se a sua luz desaparece por aqui, é porque está brilhando lá no céu do Japão - porque não há escuridão ou nuvem que possa apagar quem nasceu para BRILHAR.
Um realizador não questiona o preço do seu sonho, porque age na certeza de que, depois do investimento, vem o reconhecimento.
Ele é um praticante silencioso e obediente, não por submissão, mas por consciência de que é na ação que se torna um campeão.
Sinta-se novamente aquela águia imaginária que, no tempo de criança, voava bem alto. Observe que, para chegar ao topo do seu próprio limite, ela precisa se esforçar muito no começo e, depois, é só se equilibrar na força do vento e flutuar na delícia da SUAVIDADE.
Sinta-se religado a esse poder da águia, fique leve, deixe o vento levar você, e largue os julgamentos – eles são pesados demais.
Sinta agora o espírito silencioso da águia movimentando-se e levando você ao topo do que parecia inatingível, o reencontro com o poder em si.
Olhando para baixo, agora você vê que os críticos continuam como platéia, e você tornou-se o vencedor. Calados, eles seguem na trilha de suas mentes fechadas, um atrás do outro, sem nada para comemorar.
Os realizadores podem navegar porque são leves de consciência e profundos de essência. Os fracassados flutuam nas próprias lágrimas, porque ficam submersos na tempestade da incompreensão.
Se você se perdeu daquela força que sempre lhe guiou pelos caminhos da intuição e a sua coragem já parece esgotada de tanto cair do cavalo da ilusão, lembre-se de que a Criação Divina agregou em nós valores que jamais serão desativados de nossa essência.
Você ainda é aquela grande Águia que sonha e voa bem alto sozinha.
O que você precisa é parar de andar com as galinhas, pois as mesmas vivem sempre de cabeça baixa e ciscando para trás. Desapegue-se, faça como a grande águia, que, ao deparar-se com o que não pode ser, simplesmente aceita a realidade, numa entrega absoluta, na busca de si mesma, para, depois, ressurgir e se relançar na IMENSIDÃO, com o poder e a autoridade da vivência INTERNA... Em renovação e realização.

SILENCIE-SE

::Paulo Roberto Gaefke::




Por alguns instantes,
deixe de lado o pensamento inquietante,
o problema que parece não ter solução,
tudo o que é conflitante,
o desespero que as vezes é a própria ilusão...

Silencie-se!
A água mais barrenta fica clarinha sem movimento.
Deixe a sua mente livre, leve, pronta para soluções.
O agitado corre tanto e não chega a lugar nenhum,
o desesperado quando está se afogando, morre antes,
o aflito é quase sempre o que leva a pior parte,
por isso, diante da maior dificuldade,
silencie-se, acalme-se...

Não espalhe a sua dor, seja reservado.
Não aumente o problema, não comente.
Não prolongue o sofrimento. Não o valorize!
Espere um pouco, antes de gritar,
antes de dar aquele tapa que coça a mão,
antes de falar aquele palavrão.
Espere...

Olha o tempo!
Ele não corre, nem atrasa, simplesmente anda.
É você quem se deixa levar pelo tic-tac.
Se espera a angústia, ele parece não ter fim,
se é muita alegria, ele voa.
Então, se o momento é de sofrimento,
é tempo de oração, de jejum e meditação.
Se é alegria e contentamento,
é tempo de interiorizar-se, de curtir o momento,
de relaxar ao sol, de dizer: é o meu momento!

Isso!
Agora é vida nova!
Novo tempo, novo momento.
Cheire-se, respire o seu próprio perfume,
valorize-se, goste mais de você.
Tudo é possível ao que crê.
Então, acredite um pouco mais em você.
E prepare-se para vencer.

"FAMÍLIA É PRATO DIFÍCIL DE PREPARAR"

(de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)



Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.

Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meuni; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é a Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

BORBOLETE-SE

::Ana Ester Nogueira::



"Rudolf Steiner, pai da Antroposofia, disse que: as borboletas são flores que se desprenderam da terra... E que as flores são borboletas que a terra apreendeu... Seja como for, se as flores marcam a primavera, as borboletas são seu símbolo maior.

São quatro fases da mesma vida: ovo, lagarta, crisálida e borboleta. Enquanto ovo, é princípio vivo, puro. Representa a potencialidade do ser, guardada dentro de um invólucro de heranças parentais. É fundamental para desenvolver a solidez das bases estruturais do indivíduo. Mas num determinado momento, torna-se necessário romper com essa capa de proteção, para caminhar sobre as próprias pernas.

A lagarta tem o aprendizado da terra, do rastejar, das coisas que se processam lentamente. Simboliza os cuidados com o mundo físico, com os aspectos materiais que compõem a existência cotidiana. Pode ser o lado pesado da vida.

A crisálida é o encapsular para gestar. É como se retornasse ao estágio do ovo, mas só que por escolha pessoal. É criar um casulo para si mesmo, como forma de conectar-se com seus sentimentos, sua interioridade e seus próprios desejos.

E, finalmente, as asas libertam a borboleta! Mas, para se chegar à borboleta, é preciso superar o conforto e a comodidade do “já conhecido”... É preciso deixar morrer o velho e partir ao encontro das possibilidades em aberto, sem certezas, sem garantias.

A borboleta é a lição viva de que tudo é passageiro.

Assim também somos nós. Uns vivem para sempre no ovo, outros jamais passam de lagarta. E tem gente que vive gestando um sonho, um ideal, mas sem nada realizar... Ainda existem aqueles que, com esforço, se libertam, ganham asas e voam leves! Pousam aqui e ali, no colorido das flores, e só de existir fazem a vida mais bela!

Identifique em que fase você está e observe como fazer para processar a sua metamorfose. Viver é cumprir fase por fase. Desapegar-se do antigo e entregar-se ao novo até ser capaz de voar. Desperte e tente uma nova forma! Deixe acontecer em você esse misterioso processo de se abrir para florescer. Deixe aparecer suas asas, suas melhores cores, seu vôo!"

O MEDO DA TRANSFORMAÇÃO

::Elisabeth Cavalcante::



Muitos seres humanos alegam desejar a transformação mas, quando surge a oportunidade de realizá-la, o medo e a insegurança acabam predominando.

É compreensível, pois transformar-se significa desconstruir as bases em que nosso ego e nossa personalidade se assentaram, para poder atuar no mundo.

E, ainda que estas bases sejam falsas, e não nos permitam expressar nosso ser real, nos acostumamos tanto a elas, que acabaram por se tornar uma espécie de capa protetora, atrás da qual nos escondemos e onde nos sentimos confortáveis.

Mas, o que fazer se, apesar disso, a angústia e o sofrimento estão presentes? Buscar a transformação exigirá de nós não apenas vontade, mas, determinação e coragem.

Muitos serão os truques apresentados pela mente para que fujamos da busca pela libertação. As ilusões a que nos apegaremos e que serão usadas como desculpa para fugirmos da caminhada ao encontro de nossa essência, serão inúmeras.

O medo assumirá a forma de compromissos inadiáveis, culpas, descrenças. Mas, aquele que se mantiver firme no desejo de vencer a si mesmo, certamente alcançará o objetivo.

A jornada não é tranqüila, e surgirão momentos em que a vontade de desistir e voltar à zona de conforto vai predominar. Nestas ocasiões, precisamos nos lembrar que o alcance da paz interior só é possível, para os que acreditam plenamente na vida e na sua generosidade, e têm a certeza de que ela sempre premia os que se entregam em total confiança.

....À medida que seu ego se torna mais forte, você vai perdendo a si mesmo. Você pode estar lutando e saindo vitorioso, não sabendo absolutamente que não se trata de um ganho, mas de uma perda. Ensina-se a todas as crianças a lutarem, de diferentes maneiras. A competição é uma luta, ser o primeiro da classe é uma luta, ganhar um troféu num jogo é uma luta... Essas coisas são preparações para a sua vida. Depois luta-se numa eleição, luta-se por dinheiro luta-se por prestígio. Toda essa sociedade está baseada em lutas, competição, briga, na colocação de cada indivíduo contra o todo.

... ‘Entrega’ significa ‘nenhuma competição, nenhuma briga, nenhuma luta’... simplesmente relaxar com a existência, aonde quer que ela conduza. Sem tentar controlar o seu futuro, sem tentar controlar as conseqüências, mas, permitindo-as acontecerem... sem nem pensar nelas. A entrega está no presente; as conseqüências estão no amanhã. E a entrega é uma experiência tão deleitosa... um total relaxamento, uma profunda sincronicidade com a existência.

A entrega é uma abordagem totalmente diferente. Seu primeiro passo é o abandono do ego, lembrando-se de que vocês não estão separados da existência: contra quem, então, estão lutando? Você não é separado das pessoas: contra quem, então, você está lutando? Contra si mesmo... e esta é a raiz causal da miséria. Seja contra quem for que você esteja lutando, você está lutando consigo mesmo - porque não há nenhum outro.

...A entrega é uma profunda compreensão do fenômeno de que nós somos parte de uma só existência. Nós não podemos produzir egos separados: somos um com o todo. E o todo é vasto, imenso. A sua compreensão ajudará você a seguir com o todo, aonde quer que ele vá. Você não possui uma meta separada do todo, e o todo não tem nenhuma meta. Ele não está indo a algum lugar. Ele está simplesmente acontecendo aqui.

A compreensão da entrega o ajuda a ficar simplesmente aqui, sem quaisquer metas, sem nenhuma idéia de alcançar, sem nenhum conflito, batalha, luta, sabendo que seria lutar contra si mesmo - que é simplesmente tolice.
A entrega é uma profunda compreensão.
Ela não é um ato que você deva praticar.

Qualquer ato faz parte do mundo da luta. Aquilo que você tem de fazer vai ser uma luta. A entrega é simplesmente compreensão.
E aí, então, vem um silencioso relaxamento, fluência com o rio, desinteressado do aonde ele está indo, despreocupado de que você possa ficar perdido... nenhuma ansiedade, nenhuma angústia... porque você não está separado da totalidade, sendo assim, seja o que for que vá acontecer, vai ser bom.

Com essa compreensão, você vai ver que não há mistura: a compreensão não pode se misturar com a ignorância; o insight dentro da existência não pode se misturar com a cegueira; a consciência-em-si não pode se misturar com a inconsciência-em-si.
E a entrega não pode se misturar com as diferentes espécies de lutas - isso é uma impossibilidade.

Apenas deixe-a afundar dentro do seu coração, e você descobrirá uma nova dimensão desabrochando, na qual cada momento é uma alegria, na qual cada momento é uma eternidade em si mesmo.

OSHO, Além da Psicologia

CRIANDO RAÍZES...

::Philip Gulley::



Quando eu era pequeno, tinha um velho vizinho chamado Dr. Gibbs. Ele não se parecia com nenhum médico que eu jamais houvesse conhecido. Todas as vezes em que eu o via, ele estava vestido com um macacão de zuarte e um chapéu de palha cuja aba da frente era de plástico verde transparente. Sorria muito, um sorriso que combinava com seu chapéu - velho, amarrotado e bastante gasto.

Nunca gritava conosco por brincarmos em seu jardim. Lembro-me dele como alguém muito mais gentil do que as circunstâncias justificariam. Quando o Dr. Gibbs não estava salvando vidas, estava plantando árvores. Sua casa localizava-se em um terreno de dez acres, e seu objetivo na vida era transformá-lo em uma floresta.

O bom doutor possuía algumas teorias interessantes a respeito de jardinagem. Ele era da escola do "sem sofrimento não há crescimento". Nunca regava as novas árvores, o que desafiava abertamente a sabedoria convencional. Uma vez perguntei-lhe por quê. Ele disse que molhar as plantas deixava-as mimadas e que, se nós as molhássemos, cada geração sucessiva de árvores cresceria cada vez mais fraca.

Portanto, tínhamos que tornar as coisas difíceis para elas e eliminar as árvores fracas logo no início. Ele falou sobre como regar as árvores fazia com que as raízes não se aprofundassem, e como as árvores que não eram regadas tinham que criar raízes mais profundas para procurar umidade. Achei que ele queria dizer que raízes profundas deveriam ser apreciadas. Portanto, ele nunca regava suas árvores. Plantava um carvalho e, ao invés de regá-lo todas as manhãs, batia nele com um jornal enrolado. Smack! Slape! Pou!

Perguntei-lhe por que fazia isso e ele disse que era para chamar a atenção da árvore. O Dr. Gibbs faleceu alguns anos depois. Saí de casa. De vez em quando passo por sua casa e olho para as árvores que o vi plantar há cerca de vinte e cinco anos. Estão fortes como granito agora. Grandes e robustas. Aquelas árvores acordam pela manhã, batem no peito e bebem café sem açúcar.

Plantei algumas árvores há alguns anos. Carreguei água para elas durante um verão inteiro. Borrifei-as. Rezei por elas. Todos os nove metros do meu jardim. Dois anos de mimos resultaram em árvores que querem ser servidas e paparicadas. Sempre que sopra um vento frio, elas tremem e balançam os galhos. Árvores maricas.Uma coisa engraçada a respeito das árvores do Dr. Gibbs: a adversidade e a privação pareciam beneficiá-las de um modo que o conforto e a tranqüilidade nunca conseguiriam.

Todas as noites, antes de ir dormir, dou uma olhada em meus dois filhos. Olho-os de cima e observo seus corpinhos, o sobe e desce da vida dentro deles. Freqüentemente rezo por eles. Rezo principalmente para que tenham vidas fáceis."Senhor, poupe-os do sofrimento." Mas, ultimamente, venho pensando que é hora de mudar minha oração. Essa mudança tem a ver com a inevitabilidade dos ventos gelados que nos atingem em cheio. Sei que meu filhos irão encontrar dificuldades e minha oração para que isto não aconteça é ingênua. Sempre há um vento gelado soprando em algum lugar.

Portanto, estou mudando minha oração vespertina. Porque a vida é dura, quer o desejemos ou não. Em vez disso, vou rezar para que as raízes de meus filhos sejam profundas, para que eles possam retirar forças das fontes escondidas do Deus eterno. Muitas vezes rezamos por tranqüilidade, mas essa é uma graça difícil de alcançar. O que precisamos fazer é rezar por raízes que alcancem o fundo do Eterno, para que quando as chuvas caiam e os ventos soprem não sejamos varridos em direções diferentes.

O COMBUSTÍVEL DA AUTOCONFIANÇA

::Kau Mascarenhas::



Desarrumada e mal vestida, a menina negra, magra pela fome e não pela anorexia, desceu o morro carioca para tentar a sorte no programa de calouros de Ary Barroso. Era o momento áureo do rádio que, dos anos de 1930 a 1950, revelou grandes nomes da MPB.

Na fila de inscrições estavam lindas jovens bem vestidas e a menina favelada olhava para elas sem qualquer medo. Tinha apenas treze anos e já era mãe. Seu bebê estava doente e ela precisava fazer algo para conseguir algum dinheiro. No corredor os calouros aguardavam o chamado e em seguida entravam trêmulos.

- Elza Gomes da Conceição, sua vez! Após ouvir seu nome, a menina cruzou a porta do estúdio. Cerca de mil pessoas a aguardavam. O programa era o maior sucesso na época e no palco estava o grande Ary Barroso, autor de “Aquarela do Brasil”, pois ele próprio acompanhava os calouros ao piano.

Ao ver a menina com no máximo 35 quilos, subindo ao palco completamente desengonçada, usando uma roupa emprestada e ajustada com alfinetes para conter as sobras de pano, duas marias-chiquinhas, a platéia explodiu na risada.
O apresentador do programa arrumou os óculos e disse, friamente:

- Aproxime-se.

Ela ignorou as gargalhadas e foi até ele.

- O que você veio fazer aqui? – perguntou intrigado.
- Ué, eu vim cantar. – disse ela com o ar mais inocente desse mundo.
- Mas quem disse a você que você canta? - Eu! – falou com voz firme.
- Diga-me uma coisa: de que planeta você veio? – questionou de forma ácida.

Ela respirou fundo e lhe respondeu:

- Eu vim do planeta-fome, seu Ary. Do mesmo planeta de onde o senhor veio.

Nesse momento o auditório se calou. Ali estava uma adolescente cheia de bravura, desafiando o grande ícone da música brasileira, lembrando que ele próprio também tivera um berço pobre e que havia passado por dificuldades acerbas como as que ela no momento passava.

Silencioso, Ary apontou para ela o microfone e deslizou seus dedos no teclado em seguida.

A menina então começou a cantar com a voz afinada e ao mesmo tempo arranhada, rouca, única, apresentando efeitos que ninguém jamais tinha ouvido.

No final, o mesmo público que riu tanto dela em sua chegada vibrou de emoção e encheu o estúdio de palmas. Ela as recebeu chorando, abraçada com Ary que, igualmente muito emocionado, disse:

- Senhoras e senhores, nesse exato momento acaba de nascer uma estrela.

Elza Soares, em seu livro “Cantando para não Enlouquecer”, narra sua história repleta de momentos de superação como esse.
Podemos nos perguntar: o que faz alguém como ela chegar à vitória, vencendo obstáculos tidos com intransponíveis, atravessando oceanos de dificuldades?

O que move uma alma na direção da excelência em qualquer área, fazendo com que até mesmo os maiores problemas se transformem numa espécie de combustível para vôos mais altos?

O que produz essa certeza de que não há porque recuar e que vale seguir adiante?

Resposta: Auto-confiança.

Ter convicção do nosso próprio potencial e sentir que é possível fazer algo valioso, com aquilo que já guardamos em nosso interior, é uma espécie de elemento mágico que promove a química do sucesso.

Pessoas que não acreditam em si mesmas acabam não deixando aflorar o imenso poder que já possuem.

Mas aqueles que têm convicção das suas habilidades e talentos e que, por outro lado, também são capazes de reconhecer seus pontos fracos, se colocam no caminho do crescimento. Ter auto-conhecimento para perceber aquilo que podemos melhorar não significa sentir-se pequeno, fraco, mas representa poder de percepção para melhorar continuamente.

Portanto, se confiamos em nós mesmos podemos ver, com tranqüilidade, aquilo que nos falta, ao mesmo tempo em que notamos aquilo que já possuímos de bom.

Esse duplo foco nos desperta uma grande energia na busca dos nossos propósitos.

Como dizia Henry Ford: “Se você acredita que pode ou se você acredita que não pode, de qualquer jeito estará certo”.

Estou convicto de que a história de Elza Soares, essa fantástica cantora da nossa terra, pode ser inspiradora para você.

Ela nos lembra o quanto podemos fazer diferença no mundo quando, diante das dificuldades, respiramos fundo, acessamos recursos latentes e seguimos firmemente na direção dos nossos sonhos.

Vou dizer algo para você e espero que lembre sempre disso. Duas palavras bem simples mas que expõe a minha crença de que você tem grande força interior, bem como o meu desejo de que mostre ao mundo seu potencial.

As palavras são: Você pode

ACEITANDO AS COISAS COMO SÃO...

:: Elisabeth Cavalcante ::



Uma das maiores fontes de angústia para o ser humano é não conseguir moldar a vida de acordo com seus desejos. Todos gostaríamos de ver materializados rapidamente os nossos anseios e, quando isto não acontece, sentimo-nos frustrados e, muitas vezes, cheios de raiva.

Tão envolvidos ficamos neste processo, que se torna difícil perceber o quanto esta atitude rígida acaba bloqueando a possibilidade de que o novo, o inesperado e o surpreendente aconteçam.

Visto que nossos desejos são, em sua maioria, determinados pelo ego e por emoções conflitantes, vê-los materializados não é, em absoluto, garantia de que nos farão felizes.

Ao contrário, ainda que a princípio possamos nos sentir assim, logo novas inquietações surgirão, para nos levar de volta ao mesmo estado de ansiedade e insatisfação.

Por que, então, não buscar uma nova maneira de agir, fora deste padrão? Confiar que a vida nos trará o que for o melhor para nossa evolução é a maneira mais eficaz de aprendermos a relaxar e nos entregarmos sem reservas ao que acontece.

É claro que isto exigirá de nós uma disposição permanente para encontrar respostas criativas a cada situação, fugindo dos padrões pré-estabelecidos. A insegurança, que esta nova atitude gerará a princípio, será substituída por uma nova sensação: o prazer de ser surpreendido pela existência.

"....É melhor não colocar etiquetas na vida, é melhor não lhe dar uma estrutura, é melhor deixá-la aberta sem final, é melhor não classificá-la, não etiquetá-la. Você terá uma experiência muito mais bela das coisas, terá uma experiência mais cósmica das coisas, porque as coisas não estão realmente divididas. A Existência é um todo orgânico, é uma unidade orgânica. A folha mais pequena do jardim, a mais pequena das folhas é tão importante como a maior estrela.

O menor é também o maior, porque tudo é uma unidade, é uma continuação. E no momento em que você começa a dividir, você está criando linhas arbitrárias, definições. E é assim que se vai perdendo a vida e o seu mistério.

Todos temos controles; essa é a nossa angústia. Todos encaramos a vida de um certo ponto de vista e é aí que nossa vida se torna pobre; porque cada aspecto, no máximo, só pode ser unidimensional, e a vida é multidimensional. Você deve se tornar mais líquido, mais capaz de se dissolver e se fundir; você não deve ser um espectador. E não há nada que resolver. Não tome a vida como um problema, ela é um mistério tremendamente belo. Beba-a, é puro vinho! Embriague-se com ela!"
Osho, The Goose is Out.

A CRENÇA DE QUE A FELICIDADE É UM DIREITO...



Um dos textos mais belos que já li! Compartilho com vocês essa grande obra da Eliane... essa foi a forma que encontrei de dizer Parabéns e Obrigada!

Um grande abraço a todos que acompanham o blog e boa leitura!

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada!

::Eliane Brum::

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.


Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.


Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.


É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.


Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.


A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.


Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.


Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.


Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.